| As cirurgias nasais têm se beneficiado de maneira consistente com novidades tecnológicas e novas abordagens operatórias nos últimos anos. As cirurgias funcionais do nariz para os casos de obstrução, desvios de septo, sinusites, pólipos, roncos e outras doenças têm seu curso menos traumático e sua recuperação precoce em relação ao passado. O advento da cirurgia endoscópica nasal e dos seios da face permitiu aos cirurgiões uma precisão cirúrgica antes não imaginada. As incisões e dissecções operatórias são vistas integralmente com imagem ampliada através de microcâmeras e monitores, e com materiais cirúrgicos longos e com dimensão reduzida. Com isto tornou-se viável a quase totalidade das cirurgias nasais sem a necessidade de incisões externas. Através da narina é possível realizar desde cirurgias rotineiras até procedimentos mais complexos, sem hematomas, cicatrizes ou inchaço. Outra melhora significativa é em relação à recuperação pós-operatória. Com a visualização total da cirurgia, tornou-se mais eficiente e preciso o controle do sangramento, permitindo a não utilização do tampão nasal após a cirurgia. O mesmo procedimento que antes demandava de tampão nasal por dois dias após a cirurgia, é feito hoje com o paciente tendo alta hospitalar no mesmo dia sem tampão nasal. A cirurgia estética nasal também apresentou avanços. Se por um lado a cirurgia funcional se beneficiou de maneira gritante com a endoscopia transoperatória, a cirurgia estética nasal se beneficiou com um melhor entendimento, planejamento, controle e resultados. A cirurgia que antes era focada no que seria removido do nariz, tornou-se uma cirurgia de planejamento de acordo com as medidas e ângulos do rosto do paciente, preservação das estruturas adequadas e remodelação das regiões que estão em confronto com um aspecto estético adequado. As mudanças são planejadas individualmente, acabando com aquele estigma de “nariz de plástica”, inserindo o nariz no contexto estético do rosto de cada paciente. As técnicas de dissecção e manuseio da estrutura nasal permitiram uma visualização direta das cartilagens e osso nasal, fazendo com que o cirurgião possa seguir milimetricamente seu planejamento pré-operatório e causando um trauma menor ao paciente. A cirurgia funcional e estética conjunta vêm a somar vantagens aos procedimentos, pois além da íntima relação de elementos funcionais que corroboram para alterações estéticas, permite-se utilizar as mesmas incisões para acesso às regiões a serem manipuladas durante a cirurgia. Além disto, permite antever e prevenir problemas funcionais decorrentes da alteração estética. Apesar de todos os avanços referentes à cirurgia nasal, todo procedimento cirúrgico está sujeito a riscos e complicações. O candidato à cirurgia nasal deve apresentar as suas expectativas, envolver-se no assunto, sanar suas dúvidas e discutir com seu médico todos os pormenores em relação à cirurgia antes do procedimento. Eulógio E. Martinez Neto Médico Otorrinolaringologista Mestre em Otorrinolaringologia com concentração em Rinologia e Cirurgia Estética da Face pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. |