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Lavagem Nasal

Talvez você não precise lavar o nariz com soro fisiológico diariamente. Caso você more numa cidade sem poluição, poeira ou queimada. Não tenha rinite ou resfriados, gripes e sinusites com frequência, nem costume de acender lareira ou churrasqueira e não sinta obstrução nasal, pode deixar para realizar a lavagem apenas quando for acometido por alguma destas afecções.

Para os outros, a lavagem nasal diária deve fazer parte da rotina de cuidados pessoais. Para a maioria das pessoas, apenas uma aplicação com pouco volume que chegue até a garganta, seja com spray na forma de bombinha de apertar, pressurizado, seringa, conta gotas ou qualquer outro modo de aplicação é o suficiente e já melhora em até 50% as queixas nasais.

Via de regra deve-se aumentar a frequência da limpeza de acordo com a piora da obstrução nas crises infecciosas e alérgicas com o intuito de manter a via nasal desobstruída, facilitar a drenagem dos seios paranasais e impedir que o muco cheio de mediadores infecciosos, alérgicos e inflamatórios fique em contato com a mucosa nasal.

O soro pode ser comprado pronto ou feito em casa com 240ml de água filtrada e fervida acrescida de 1 colher de café de sal e 1 colher de café de bicarbonato de sódio.

Alguns pacientes necessitam outras concentrações, conhecidas como hipertônicas, ou de lavagens mais volumosas, de alto débito, a partir de 240ml por dia. Estas podem ser realizadas apenas com soro fisiológico ou acrescidas de substâncias, como corticóides, shampoo infantil, outros medicamentos e até mesmo mel. São discutidas com o médico o modo e a forma de aplicação. Pode utilizar frascos próprios para isso, seringas e o recipiente Lotta, utilizado por praticantes de yoga.

Deve-se sempre lembrar de manter a higiene do frasco e do soro. Este deve ser guardado fechado em geladeira por no máximo 5 dias e aplicado morno.

Rinite

Quando pensamos em rinite, automaticamente nos vem aquela imagem de coriza, coceira e obstrução nasal. Estes são os sintomas comuns na rinite alérgica, que é uma dentre diversas formas de rinite que existem. Infecciosas (vírus, bactérias e fungos), não alérgicas(alguns subtipos só apresentam mediadores alérgicos na mucosa nasal e no sangue não) e as causadas por resposta neural (desencadeadas por alimentos, frio, temperos…) são outras formas existentes. Os tratamentos divergem entre os tipos.

A mais comum é a rinite alérgica, que é predominantemente causada pela inalação de aéroalérgenos como ácaro, fungo, epitélio de animais e pólen.

Cuidados básicos podem auxiliar e por vezes até resolver o quadro. Capa plástica ou antialérgica nos colchões e travesseiros, rodízio de roupas ao sol ( três horas de cada lado se possível), evitar acúmulo de papéis, livros,bichos de pelúcia e revistas no quarto, assim como plantas e flores. Não abusar dos umidificadores, e caso tenha pets dentro da casa, não deixá-los ter acesso ao quarto de dormir e na sala, educá-lo para não ficar onde se recosta a cabeça. Higienização nasal com soro fisiológico é outro forte aliado.

Os tratamentos para cada uma das rinites é distinto, podendo utilizar-se medicamentos orais, sprays nasais , imunoterapia, lavagens nasais com produtos específicos e outros adequados a cada caso.

Orientações Pré-operatorias

  • Sanar todas as dúvidas referentes à cirurgia com o cirurgião em consulta pré-operatória;
  • Ler com atenção os cuidados pré-operatórios e entregar o Termo de Consentimento (entregue na consulta pré-operatória), assinado, na clínica, dois dias antes da cirurgia;
  • Fazer os exames pré-operatórios (exames de sangue, Rx de tórax, e Eletrocardiograma) e levar à consulta pré-operatória com o anestesista ;
  • Discutir com o anestesiologista todas as dúvidas em relação a anestesia e a necessidade ou não de tomar medicamentos que por ventura tome de rotina no dia da cirurgia;
  • Avisar a todas as equipes (anestesista, cirurgião e enfermagem) alergias medicamentosas, alimentares e de contato;
  • Levar todos os exames e medicamentos de uso diário ao Hospital;
  • Chegar ao centro cirúrgico com 60 minutos de antecedência ao horário marcado para inicio da cirurgia tendo feito jejum de 8hs para alimentos e 6hs para água (não há problema em escovar os dentes);
  • Não tomar nenhum medicamento sem que o cirurgião saiba por sete dias antes da cirurgia; atenção especial à aspirina e antiinflamatórios;
  • Levar objetos de higiene pessoal ao Hospital;
  • Lembrar-se da necessidade de um acompanhante para o momento da Alta Hospitalar;
  • Evitar bebidas alcoólicas por 5 dias e cigarro por três semanas antes da cirurgia;
  • Avisar ao cirurgião qualquer alteração de saúde, por mais insignificante que possa parecer, antes e depois da cirurgia;
  • Em caso de cirurgia estética do nariz ou orelhas evitar queimaduras por sol ou por tratamentos dermatológicos com ácido antes e depois da cirurgia.

Cirurgia Nasal Funcional e Estética

As cirurgias nasais têm se beneficiado de maneira consistente com novidades tecnológicas e novas abordagens operatórias nos últimos anos.  As cirurgias funcionais do nariz para os casos de obstrução, desvios de septo, sinusites, pólipos, roncos e outras doenças têm seu curso menos traumático e sua recuperação precoce em relação ao passado.

O advento da cirurgia endoscópica nasal e dos seios da face permitiu aos cirurgiões uma precisão cirúrgica antes não imaginada. As incisões e dissecções operatórias são vistas integralmente com imagem ampliada através de microcâmeras e monitores, e com materiais cirúrgicos longos e com dimensão reduzida. Com isto tornou-se viável a quase totalidade das cirurgias nasais sem a necessidade de incisões externas. Através da narina é possível realizar desde cirurgias rotineiras até procedimentos mais complexos, sem hematomas, cicatrizes ou inchaço.  

Outra melhora significativa é em relação à recuperação pós-operatória. Com a visualização total da cirurgia, tornou-se mais eficiente e preciso o controle do sangramento, permitindo a não utilização do tampão nasal após a cirurgia. O mesmo procedimento que antes demandava de tampão nasal por dois dias após a cirurgia, é feito hoje com o paciente tendo alta hospitalar no mesmo dia sem tampão nasal.

  A cirurgia estética nasal também apresentou avanços. Se por um lado a cirurgia funcional se beneficiou de maneira gritante com a endoscopia transoperatória, a cirurgia estética nasal se beneficiou com um melhor entendimento, planejamento, controle e resultados. A cirurgia que antes era focada no que seria removido do nariz, tornou-se uma cirurgia de planejamento de acordo com as medidas e ângulos do rosto do paciente, preservação das estruturas adequadas e remodelação das regiões que estão em confronto com um aspecto estético adequado. As mudanças são planejadas individualmente, acabando com aquele estigma de “nariz de plástica”, inserindo o nariz no contexto estético do rosto de cada paciente.  As técnicas de dissecção e manuseio da estrutura nasal permitiram uma visualização direta das cartilagens e osso nasal, fazendo com que o cirurgião possa seguir milimetricamente seu planejamento pré-operatório e causando um trauma menor ao paciente.

A cirurgia funcional e estética conjunta vêm a somar vantagens aos procedimentos, pois além da íntima relação de elementos funcionais que corroboram para alterações estéticas, permite-se utilizar as mesmas incisões para acesso às regiões a serem manipuladas durante a cirurgia. Além disto, permite antever e prevenir problemas funcionais decorrentes da alteração estética.
  Apesar de todos os avanços referentes à cirurgia nasal, todo procedimento cirúrgico está sujeito a riscos e complicações. O candidato à cirurgia nasal deve apresentar as suas expectativas, envolver-se no assunto, sanar suas dúvidas e discutir com seu médico todos os pormenores em relação à cirurgia antes do procedimento.  

 Eulógio E. Martinez Neto Médico Otorrinolaringologista Mestre em Otorrinolaringologia com concentração em Rinologia e Cirurgia Estética da Face pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

Filosofia Cirúrgica Nasal

Desde que me formei médico em 2000 até hoje, tive a oportunidade de vivenciar inúmeras mudanças nos consensos sobre as técnicas cirúrgicas recomendadas para as indicações cirúrgicas do nariz, seios da face e face.

Lembro que na residência, após os dias cirúrgicos, íamos avaliar os pacientes nas enfermarias e no início das cirurgias endoscópicas nasais, víamos pacientes com tampão e outros sem, que haviam feito a mesma cirurgia. Diversas cirurgias que necessitavam de incisões gengivais para acessar os seios da face, agora eram possíveis pela narina com mínimo trauma. Mas mesmo dentro da cirurgia endoscópica , pude assistir a ondas distintas, que sempre variam da mais radical para a mais conservadora. Sempre na dicotomia entre “Quanto mais melhor” x “Menos é mais”.

Na rinoplastia não é diferente. Inicialmente a discussão central era o acesso. Rinoplastia aberta (aquela com a pequena incisão entre as narinas) x Rinoplastia fechada ( incisões internas apenas). Depois vieram as discussões sobre a melhor forma de baixar a giba óssea, se acessando diretamente e reconstruindo a parte superior das paredes laterais ou rebaixando o nariz como um todo mantendo a ligação entre as estruturas laterais da pirâmide nasal. Atualmente a discussão se baseia em Rinoplastia estruturada (cartilagens fixas com utilização de diversos enxertos ) x Rinoplastia com enxertos fundamentais e suturas.

Será que um paciente com uma sinusite crônica em um seio específico deve ter todos os seios da face operados? Será que um paciente que nunca foi operado, sem uma deformidade estética muito grande deve receber enxerto de costela na sua rinoplastia?

Há alguns anos num congresso escutei que a medicina, assim como a sociedade, anda em pêndulos, alternando entre extremos.

Tenho a impressão que o segredo é a tática. O planejamento e escolha pormenorizada, detalhada e individualizada para cada caso como norte. Durante a cirurgia, manter o planejamento e ter inúmeras técnicas guardadas na manga para um eventual plano B quando existir a necessidade de readequar a estratégia no intra operatório.